O verdadeiro Nacional-socialismo
O caso galego como exemplo dos erros actuais. Artigo dos anos 80
Para poder ilustrar o tema dos erros do movimento N-S mundial respeito ao tema étnico creio que é suficiente ver o exemplo do estado espanhol. Se umha ideologia deves ser federalista a nível europeio , libertadora e descentralizadora essa deve ser a nacional-socialista. Mais a realidade é que quase tudos os grupos mal chamados "N-S" no estado espanhol som centralistas e nacional-espanholistas.
Há duas raçons: umha, a influência fascista, mussoliniana e em especial falangista, com a sua concepçom estatalista dos povos. E a outra, o medo, autêntico terror, à descentralizaçom e libertade das naçons , à participaçom e ao diálogo dos ridículos miniführers dos grupos "N-S".
Deixando de lado o tema dos fascismos, nos grupos nacional-socialistas do estado espanhol o centralismo deve-se basicamente ao medo a descentralizar (a mesma causa pola que o governo de Madrid se oporá sempre à federaçom ibérica). As estruturas criam-se de forma que ninguém poda dizer nada, as bases nom contam, os mandos étnicos som só peons do centro. E no centro a estupidez total, repleta de swasticas e de frases grandiloquentes, valeira de neuronas, volcados às neuras.
Umha estrutura federal do movimento N-S deve basear-se na participaçom dos colectivos N-S de cada étnia na direcçom geral. O movimento N-S deve abrir-se à participaçom, que leva à confiança mútua (nem rebeldes fartos de nom ser escuitados, nem neuras com ordes descabeladas).
E como exemplo no estado espanhol destes desastres nacional-socialistas creio que a melhor voz é a do amigo e camarada galego conhecido por Guilherme das Arias.
Guilherme nom só luitou totalmente polo verdadeiro N-S, nom só conseguiu que na Galiza os N-S sejam um dos que mais luitam pola sua cultura e étnia (sem mentir, sem fingir, sem utilizâ-la como mentira táctica.), se nom que soupo topar esse catalisador do celtismo galaico, que tam bons frutos poderia ter dado. Ademais ele viveu pessoalmente a impossibilidade de trabalhar nessa linha federal e libertadora dentro de grupos nacional-socialistas obsessos polo medo e o centralismo, a base de mandos e ordens aleijadas da realidade. A visom galeguista de Das Arias é umha liçom para todos.
APROXIMAÇOM À LUITA NS NA GALIZA
Dizia Otero Pedrayo, um dos mais grandes galeguistas, muito próximo ao nosso conceito ideal de Estado e, polo tanto, nom marxista no modo de entender o galeguismo (1), que os galegos somos a comunidade histórica do 'etc', é dizer, a luita das nacionalidades concerta-se no País Basco, em Catalunha, etc... nós somos o 'etc'. E de isso, em parte, o resto do estado espanhol nom têm culpa, mais só em parte.
A primeira imagem que justifica este ilhamento com respeito à luita nacionalista de hoje em dia é o voto galego a umha organizaçom espanholista como é AP. Mais vaiamos por partes a este primeiro ponto:
1- AP na Galiza nom se apresenta como espanholista, se nom como organizaçom conservadora com tintes galeguistas, mui oportunistas em cada situaçom.
2- O que faz votar ao povo galego a AP (ou a outra organizaçom de direitas) é o seu talante conservador, a sua oposiçom de cara ao rechouchio marxista, urbano e 'revolucionário'. O PSOE de vez em quando despista-os, porque esquece o seu cariz marxista, do contrário Galiza nunca votaria ao PSOE, nem sequer nas municipais, onde logra resultados mais positivos (em referência aos núcleos urbanos mais importantes, pois em geral urbe = esquerdas, campo = direita conservadora. E no campo está a verdadeira, e agonizante, Galiza).
Se existi-se umha organizaçom galeguista com respaldo do capital burguês, 'autenticamente' galega como o é o PNV no País Basco ou CiU em Catalunha, nom duvidem que o triunfo seria para essa suposta organizaçom. Coalizom galega tentou isso, mais só está a começar: doze deputados no Parlamento autonômico e um no espanhol. Tampouco está mal, considerando que a burguesia galega (nom o esquecemos, Galiza é essencialmente rural, ainda que se ponham edificaçons de cimento agora no campo ou que os labregos sejam agora assalariados nas urbes) é inexistente ou muito influenciada pola única burguesia da Galiza: a nom galega (castelhana e muito pouca catalã). Só há que olhar a História da Galiza e ver como a revoluçom industrial foi importada para dominar a Galiza rural e marinheira.
Diz-se que desde o século XIII Galiza está numha funda crise (exceptuando certo auge económico no século XVII) e é certo: eliminada ou deportada a sua nobreza com a Reconquista, a elite do povo galego perdeu-se (ainda que nom de todo...) em comparaçom com os demais reinos peninsulares. A divisom de Portugal subtraiu-lhe a sua extensom cara o sul até o Douro, e hoje alguns galeguistas seguem a reclamar tam só o Bierço (província de Leom), Sabra (Samora) e umha zona ocidental do que agora é o principado de Astúrias.
Hoje, o pessimismo, a aguda crise de identidade, o choque campo-cidade que já matou faz tempo ao primeiro, sacando à Galiza do seu contexto cultural e natural, fam meia na típica personalidade calada e nortenha do povo galego. a História diz-nos que Galiza nom foi sempre assi.
Era necessária esta introduçom ao problema da Galiza para compreender onde nos estamos a mover. Ainda que nom como umha justificaçom polos resultados dumhas eleiçons que nom passaram à História (2) salvo pola sua indiferência cara o Sistema.
Sobre galeguismo e NS
Sendo nacional-socialista fum militante dum partido de esquerda nacionalista galego, o ERGA (hoje incluído no Bloco Nacionalista Galego) e ali, queiramo-lo ou nom, foi onde conheci o que eram os intelectuais, o galeguismo, a problemática política e intelectual da Galiza, a sua luita pola soberania
Com semelhante tarjeta de apresentaçom, a minha vida política ia ser breve em dita organizaçom, mais suficiente para que durante o resto da minha vida a pegada do nacionalismo galego deixa-se em mim umha perspectiva galeguista de todo o que fazia e pensava, cheguei pois á conclusom de que o galeguismo nom era só umha ideia política, é um modo de ser, de sentir, de pensar.
Conheci a partir de ai aos ideólogos que junto a Hitler me acompanhárom no deambular cara as posturas NS: Bouza Brey, Álvaro das Casas, Vilar Ponte, Antom Losada, a literatura de Curros Enríquez, Rosalía de Castro (a autêntica), Eduardo Pondal, Carvajal, Amado Carvalho, mesmo o galeguismo em língua castelhana como o de Valle-Inclán ou W. Fernández Flórez, o 'Ressurgimento' com Murguía e Beninho Vicetto à cabeça... mais sobre todos eles, três de primeira ordem para mim e para qualquer galeguista que se aprecie: Otero Pedrayo, A. R. Castelao e, o máximo, Vicente Risco.
Foi Vicente Risco quem me deu a conhecer a Spengler, a Tagore, a Hermann Hesse, a Keyserling, mesmo a ouvir o nome de Carl Jung, a conhecer o europeismo, a nom mestiçagem de raças, de etnias, falar de diferenças, de soberania nacional, de solidariedade, de Galiza como missom histórica, dos celtas,suevos, do espiritualismo. Considerei que ser galeguista é o que nos distingue como povo e etnia do resto de Europa. Sem o galeguismo Galiza nom tem raçom de ser.
Estava claro que a pegada do nacional-socialismo galego devia ser galeguista e nacionalista (tal e como nós entendemos este termo).
Nom topei o desejado eco nos movimentos N-S(3) sobre este feito (sempre dependendo dumha consciência imposta desde a meseta castelhana): todo o galeguismo (salvo A. Bóveda e o último Castelao) nom é marxista (4), nem muito menos, nalguns casos anti-marxista militante (5), em todo caso, é um problema que nom me importava muito (e creio que nom deve importar). Em ambientes falangistas, em progres "N-S" que se consideravam anti-Franco e essas cousas, o galeguismo era para eles (tam progressistas!) ainda algo de esquerdas. Os únicos que falamos galego nas reunions N-S n´A Corunha éramos nós os nacional-socialistas. Toda a nossa acçom na rua, cartas na prensa, etc... era feita no nosso idioma natural. Nom chegava-mos ao chauvinismo de esquerdas, mais às vezes superava-mo-lo em acçons sérias de cara ao estudo do problema galego.
Formamos a secçom na Galiza dum grupo N-S de cheiro espanholista. A central passava de nós, éramos os que sempre falava-mos da Europa das Étnias. Durante um certo período semelhou que o sonho dourado da apariçom do verdadeiro movimento N-S era mais ou menos atendida. Criou-se umha chefatura da zona atlântica que começou a sua acçom fazendo seus os problemas da naçom irmã europeia: Lusitánia. Um ano e meio de trabalhos e viagens baixo o lema 'polo galeguismo cara o universal' conseguiu levar adiante um boletim (“Atlântica”) e uns estreitos contactos cos camaradas de Lusitánia. O celtismo e as nossas relaçons com Irlanda fortaleceram-se, fixe-mos-nos sócios (a nível individual) da Celtic League (hoje já formada na Galiza) e levamos o debate da admissom da Galiza como país céltico de pleno direito no Congresso daCeltic League em Edimburgo em Outubro do 86. Podemos dizer que a Liga Céltica na Galiza formou-se ao calor do verdadeiro N-S, assi como a Associaçom Juvenil Wagneriana, de impronta galeguista. Para as esquerdas éramos umha moléstia evidente
Començárom pronto os problemas. Vários artigos galeguistas eram rejeitados pola central com a escusa de que denunciava-mos problemas com Madrid, ou porque eram temas localistas(mentres 'nom o eram' temas do Tirol ou Alemanha). Nom se nos compreendia, nom havia espírito N-S, etnicista no grupo. O galeguismo fazia-nos estabelecer contactos com associaçons galeguistas que tinham certo cheirinho a esquerdas, si! mais que eram realmente galeguistas. Isso era mal visto polos chamados "N-S" nacional-espanholistas.
O Partido N-S Galego (o da bandeira galega com swastica) foi um bluff, ao igual que o foi o PNS catalám (PN: como já denunciou Mundo N-S no seu número dedicado ao catalanismo, um bluffclássico dos nazi-fachas que gostam de mentir-se e mentir, de aparentar sem base, de ser máscaras de ocos imensos. Nota de Mundo NS). Estava claro que nom se entendia o da Europa das Étnias.
Guilherme das Airas
Neste ano do Centenário de Castelao rendo honra ao galeguismo que sabe superar os dogmas da “política” do sistema:
“Galiza conta com todos os requisitos e atributos histórico-naturais que caracterizam às verdadeiras nacionalidades; mais falta-lhe algo mui importante para ser perfeita: falta-lhe a sua independência política, o governo próprio”.
”Que Galiza nom é umha naçom por nom ser um Estado independente e soberano?. Se tal defeito nos fosse imputado por espanhóis nós sentiria-mo-nos incitados ao separatismo: mais em realidade só aspiramos a umha autonomia integral, dentro de umha livre federaçom de todos os povos peninsulares. Galiza nom necessita mais, pero nom pode conformar-se com menos”.
Castelao
Notas:
1- Foi deputado electo à República polo partido Galeguista nas Cortes Espanholas; cousa que hoje em dia nom tem, Galiza nom está representada em Madrid por um partido nacionalista. É dizer, em 1936 o galeguismo estava em auge e chegou a ter deputados do PG nas eleiçons de 1931 (Otero Pedrayo, Castelao, Vilar Ponte e Suárez Picalho)
2- O que si pode passar à História da Galiza é a sua despreocupaçom absoluta, o seu rejeitamento silencioso, cara o sistema democrático, aos seus chamamentos à 'colaboraçom na estabilizaçom do sistema-regime', é dezer, a sua abstençom em todos os comícios generais, autonômicos, municipais oureferendos, o povo galego pode ter a honra de ser o mais 'depreciativo' cara o sistema, de entre todos os povos do estado espanhol.
A consciência agraria segue impregnando Galiza (50% de mao de obra no campo). A abstençom chegou a quotas do 80-70% do censo eleitoral, e a sua meia é do 60-50%.
3- É sabido que os grupos NS, reconheçamo-lo, só se preocupam do que passa na sua central, nos seus congressos ou 'presidentes'. Os seus organogramas som sempre os mesmos, centralismo, para a desgraça da defesa da Europa das Etnias.
4- Sempre direi que se o franquismo nom se induzisse fronte ao nacionalismo galego, hoje o marxismo aqui seria espanholista. A confusom direita-fascismo, tam peculiar no estado espanhol, foi nefasta para o etnicismo e o verdadeiro NS.
5- Em 1935 o partido galeguista divide-se em Republicanos (Castelao ira-se por este lado) e Direita Galeguista (com Otero Pedrayo e V. Risco á cabeza). Era a fim do galeguismo histórico. Começava o galeguismo do futuro: abolir prejuízos ideológicos baseados em políticas baratas. A guerra civil empiorou-no todo.
Texto extraído do n. 34 (Julho de 1987) da revista Mundo NS. Traduzido do castelhano por Mil Laighin. A antigüidade de alguns dos dados expressados faz que nom atendam à realidade actual, mais as denuncias que se formulam nom perdérom, desgraçadamente, a sua vigência.
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