quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Galiza, como Europa



GALIZA, COMO EUROPA por Vintilă Horia Iucal
“Espanha e outros mundos”
Ed. Plaza&Janés, Barcelona 1970 Págs. 31-34


Escuitando cair a chúvia, cantando dende as goteiras antigas de Santa Maria a Real de Osseira, passando como cortinas fantasmais e como saias da aurora boreal por cima das fachadas ilustres da praça do Obradoiro, de Compostela; martelando as folhas das altas camélias do pátio do mosteiro dos mercedários de Poio, dim-me conta de que a chave de Europa esteja cecais nos dous pontos extremos e menos conconhecidos de Europa: Rumania e Galiza. Dizer que os dous foram unidos pola linha migratória dos visigodos, os quais passarom quase dous séculos na Dácia trajana; que Santo Vintila Solitório (soterrado em Punxim, perto de Ourense) é um santo galego de nome rumano, que os celtas deixarom pegadas na toponímia e na raça destes dous límites do nosso mundo e continente, resulta conhecidíssimo, mas há que voltar a dizer certas cousas para que a ideia da nossa unidade se torne realidade em marcha.

Cheguei dumha viagem à Galiza e de descobrir, como depois dumha pesca milagreira, os baixos fundos da nossa existência europeia, e parece-me que ninguém pode falar de Europa, tratar de sintetizá-la dalgum jeito e de fazá-la habitável para um só povo, sem estar em Compostela, em Ponte Vedra, na ria de Vigo (que deve de ter inspirado aos paisagistas flamencos, sedentos de mares azuis e de montanha espelhando-se no oceano), em Osseira e noutros sítios menos conhecidos, mas imbuidos de mágia étnica, de poesia ancestral e de rumbos futuristas. O nome mesmo da Galiza indica umha antiguidade que representa no fundo toda umha época pre-rromânica e pre-helênica, por cima da qual nom se pode conceber nem Europa nem o que somos todos; quero dizer, os povos da Europa de hoje e a maneira de ser de todos os povos do mundo em trance de voltar-se europeus.

No povo de Santo Salvador de Poio, nom longe do famoso mosteiro, vim umhas ruinas às que a gente chama ainda “a casa de Colombo”. Segundo umha tradiçom local, estourada logo por vários historiadores de Ponte Vedra, Cristobo Colombo nasceu ali e o seu apelido sobrevive ainda naquele lar. Feitos da epopeia colombina venhem a apoiar esta tradiçom. Em efeito, o descobridor de América deu o nome do seu povo (Santo Salvador) à primeira terra ocidental que vislumbrou mais aló das augas e foi a Galiza onde enviou à "Pinta" para anunciar aos seus o descobrimento da nova terra. Como é sabido, o primeiro povo do mundo a cujo porto chegou a nova de que o oceano nom rematava num abismo, senom num novo mundo terrenal, foi Baiona, perto de Vigo.

Mas esta justificaçom galega do descobrimento é menos importante que a sua hispanidade em geral; quero dizer que a sua posibilidade engendradora de europeidade. Hispânia fizo possível o descobrimento de América por cima da nacionalidade originária de Colombo. Este puido ser genovês, grego ou galego; a suas vinculaçons administrativas interessam hoje menos que a façanha em si. Importante é o facto de que Galiza, como terra de navegantes, esteja também, junto a Génova, em plena mitologia colombina.

Pola janela da biblioteca do convento viam-se as augas da ria e a chúvia caindo sobor os eucaliptos. Alguem, ao meu lado, dizo-me: “Ali vinham a invernar as naves dos vikingos”. Deseguido imaginei-me a aquela gente do Norte, durmindo e comendo nas suas casas itinerantes e fedorentos, cercado pelo ódio e o medo, como umhas alimárias perigosas. Abandonavam aos seus familiares na neve e frio do septentrióm, e vinham aqui a gozar o sol e a calor de Janeiro, mentres os pescadores das costas –celtas romanizados, mesturados com visigodos e com algúm dácio da minha terra- vigilavam dia e noite as embarcaçons ancoradas no médio da ria. Porque o dia no que rematavam a sua cerveja e a sua carne, os vikingos iam à terra na procura de comida e vinho, de lenha para os seus lumes, de mulheres para as suas noites solitárias. E entom acendiam-se nas praias e nos bosques o rumor da antiga sangria humana. “Era da alta noite- o som perpétuo”, como dize nos seus versos de paixom galega o poeta Ramón González Alegre. Cecais algum daqueles bárbaros emprendera um dia, vistindo-se de peregrino, o Caminho de Santiago, atraiçoando aos seus, beneficiando à Humanidade. Na realidade, os vikingos desaparecerom nos Evangelhos como umhas embarcaçons diminutas polos meandros de bosque e auga das rias baixas.

Na minha vida vim um conjunto mais impresionante, mais evocador de mistérios e de tempo carcomido por si mesmo, como em Osseira. O mosteiro está situado no fundo dum val, ao lado dum povo pequeno, como colgado entre pedras e nubes. O conjunto arquitectônico é majestoso, talhada a nave da igreja em românico puro, a fachada da mesma e a do convento em plateresco vegetal, prefiguraçom do barroco. Aquele grande conjunto semelhava abandonado. Os vidros das janelas estavam rotos, caidos os balcons, molhadas as torres verdes de musgo. Mas entrei, e desde o gris escuro e acuático da pedra exterior atopei-me de súpeto no calor apaixonado da misa, cantada em latím por um coro de monges invisíveis e oficiada por dous sacerdotes vestidos de branco e que semelhavam dous anjos movemdo-se no médio dumha luz sobrenatural que envolvia o altar. Era como se nom tocaram terra. Quando diziam: Dominus vobiscum, e no coro respostava: et com espiritu tuo, sentia atopar-me em Asis, mais longe cecais no tempo, como desprendido do espaço, liberado por aquela misa maravilhosa dita no seu idioma originário, deixando ao fiel a liberdade de orar, de arrepender-se, de adorar, que a misa perfeitamente entendida, dita no idioma dum, permite menos, porque impom umha participaçom permanente e coletiva. Dende fora chegaba o ruido sem cesar da chúvia e a igreja semelhava como envolta numha capa de auga, como umha campã de exploraçom submarina. Um só instante, um raio de sol venceu as nubes e posou-se numha parede, logo fora tragado pola masa marinha prendida nos aires. Trás minha soarom as botas com solas de cravos dalgúm pastor dos arredores, e naquel recuncho da Galiza, na sombra daquela igreja atormentada por umha chúvia que se me antojava eterna, nom havia mais que aquele desconhecido, a minha mulher e eu, de geonlhos perante o mistério maior, mentres o coro susurrava em latín o seu cántico de graça e de glória, como contradizendo docemente a melodia exterior da Natureza, com o só repetir das palavras sagradas.

Eu nom sei o que passou em Osseira, nem quem edificou aquele templo gigantesco, nem que reis o visitarom, nem por que jace quase abandonado no meio das castinheiras e dos prados. Nom sei nada acerca desta maestria criada e afogada pela História, porque quando saim e toquei a campã da entrada era ja hora proibida e ninguem saiu para contar-mo. E foi melhor assim, porque nunca vim tanta imensidade de pedra labrada no meio de tanta soidade e chúvia, e porque nunca atopei numha igreja tam soa e tam havitada polo sopro do espírito como na desconhecida profundidade de Osseira.

Na rústica taberna campesinha onde comeramos, melhor que no melhor restaurante de Paris, decatei-me de que Europa é antes que todo misterio de igrejas e conventos e que detrás deles –como em Chartres, Asis, Compostela, Osseira e tantos outros- está como soterrada desde séculos, lista para resurgir, o alma antiga da nossa nova Pátria, esta Europa esculpida em antiguidades que formam como un laço de uniom vivente entre o que desgarradamente somos e o que fumos em som de unidade sem sabé-lo.

Sala capitular de Osseira, sala das Palmeiras…”Obra alquímica”

Nota: este texto foi “rescatado” no Mosteiro de Oseira el 24.04.10

É evidente que o autor desconhece que o Reino da Gallaecia de Dinastia Visigoda, foi antes disso por quase 200 anos, de Dinastia Sueva.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Solstício de Inverno



O M.R.A. Galiza festejou no dia de ontem o Solstício de Inverno. O lar escolhido para dar começo ao acto foi
A Peneda na parróquia de Nembargantes no concelho de Redondela.



Sonhas cum sol hoje desaparecido
Símbolo da vida, de eterno retorno.
Encurtam os dias, o inverno chegou,
Mas no teu coraçom, sempre ficará a brilhar.

Na noite mais longa entraste na tua casa
A acender a coroa e preparar o fogo.
Vai começar umha longa velada
Com teus irmãos, irmãs, amigos, camaradas.

Sobre a mesa feita há já três velas
Para os que estám longe, mortos, crianças a chegar.
O rito solisticial vai renovar-se
Em memória do passado, por um grande porvir.

Celebraram-se os nossos antergos desde milénios
Esta noite consagrada à grande esperança
Dum sol que regressará a iluminar a nossa terra
Um mais cada dia, à medida que avançam as estaçons.

Temos de juntar-nos na noite dos nossos povos
Para mais nos fortalecermos neste mundo hostil.
Amanhã, já o sabemos, o sol brilhará
No fundo das nossas florestas, no coraçom das nossas cidades.

É na obscuridade, durante esta pausa,
Que podemos forjar as armas que necessitamos
Para o triunfo das nossas ideias, da nossa causa,
E oferecer à Europa desde Gallaecia um amanhã melhor.

À volta desta mesa, homens e mulheres livres,
Vêm recordar e reencontrar os seus Deuses.
Sente-se a alma que vibra através dos nossos cantos,
A alma da linhagem, a dos nossos avós.

Nesta noite portadora de grande promessa,
A nossa longa memória nos manterá firmes.
Porque, se Conventina nos trouxe ledícias,

Sabemos que o Bandua retornará
E com ele Lugh regressará.


Logo de dar leitura a vários textos e arengar umhas verbas, fumos visitar o fermoso Castelo de Soutomaior, no concelho com o mesmo nome.



Já acampados logo de cear, dimos começo a cerimónia e ritual do solstício de Inverno

A nai entrelaçou a coroa do Advento,
Entrelaçou-na com ramos bem verdes,
Que tirou do grande abeto sempre verde.
Umha vela arde na coroa. Todos meditam.
Certamente, tudo irá bem, porque assim o desejamos,
Como os pais o desejaram e como desejaram os de amanhã.
Sabem que, apesar de tudo, a vida é assim.
É o dia mais curto do ano.
O de amanhã será maior, o Sol regressará.
É a grande festa do Inverno, dia de ledícia,
Ledícia calma, penetrante, que cada um encontra no fundo de si
Diante da pequena chama que bruxuleia no candil.
Cada um refai o caminho percorrido.
A inquietaçom nasce no coraçom do homem se ele esquece
As leis da vida.
Um grande silêncio. Umha força enorme.
Como umha grande espera.
Diante da pequena chama que cintila agora no candil de pedra,
Cada um reencontra a confiança na sua força.
Ledícia triunfante de quem guarda a esperança.
O Sol triunfará.
O pai acende a fogueira de Nadal e, nos seus olhos,
Há também umha grande chama.
O fogo claro sobe na lareira.
A casa está cheia de calor e luz.
Todos meditam.
Todos prometem guardar fé em si mesmos
E na vida.
Em todos se eleva umha força nova.
A vida da nossa raça triunfará.




Já bem entrada a noite houvo tempo para mostrar novamente a nossa solidariedade com o camarada Pedro Varela, prendido a passada semana polo Estado Sionista Espanhol.



segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O verdadeiro N-S

O verdadeiro Nacional-socialismo
O caso galego como exemplo dos erros actuais. Artigo dos anos 80
Para poder ilustrar o tema dos erros do movimento N-S mundial respeito ao tema étnico creio que é suficiente ver o exemplo do estado espanhol. Se umha ideologia deves ser federalista a nível europeio , libertadora e descentralizadora essa deve ser a nacional-socialista. Mais a realidade é que quase tudos os grupos mal chamados "N-S" no estado espanhol som centralistas e nacional-espanholistas.
Há duas raçons: umha, a influência fascista, mussoliniana e em especial falangista, com a sua concepçom estatalista dos povos. E a outra, o medo, autêntico terror, à descentralizaçom e libertade das naçons , à participaçom e ao diálogo dos ridículos miniführers dos grupos "N-S".
Deixando de lado o tema dos fascismos, nos grupos nacional-socialistas do estado espanhol o centralismo deve-se basicamente ao medo a descentralizar (a mesma causa pola que o governo de Madrid se oporá sempre à federaçom ibérica). As estruturas criam-se de forma que ninguém poda dizer nada, as bases nom contam, os mandos étnicos som só peons do centro. E no centro a estupidez total, repleta de swasticas e de frases grandiloquentes, valeira de neuronas, volcados às neuras.
Umha estrutura federal do movimento N-S deve basear-se na participaçom dos colectivos N-S de cada étnia na direcçom geral. O movimento N-S deve abrir-se à participaçom, que leva à confiança mútua (nem rebeldes fartos de nom ser escuitados, nem neuras com ordes descabeladas).
E como exemplo no estado espanhol destes desastres nacional-socialistas creio que a melhor voz é a do amigo e camarada galego conhecido por Guilherme das Arias.

Guilherme nom só luitou totalmente polo verdadeiro N-S, nom só conseguiu que na Galiza os N-S sejam um dos que mais luitam pola sua cultura e étnia (sem mentir, sem fingir, sem utilizâ-la como mentira táctica.), se nom que soupo topar esse catalisador do celtismo galaico, que tam bons frutos poderia ter dado. Ademais ele viveu pessoalmente a impossibilidade de trabalhar nessa linha federal e libertadora dentro de grupos nacional-socialistas obsessos polo medo e o centralismo, a base de mandos e ordens aleijadas da realidade. A visom galeguista de Das Arias é umha liçom para todos.
APROXIMAÇOM À LUITA NS NA GALIZA
Dizia Otero Pedrayo, um dos mais grandes galeguistas, muito próximo ao nosso conceito ideal de Estado e, polo tanto, nom marxista no modo de entender o galeguismo (1), que os galegos somos a comunidade histórica do 'etc', é dizer, a luita das nacionalidades concerta-se no País Basco, em Catalunha, etc... nós somos o 'etc'. E de isso, em parte, o resto do estado espanhol nom têm culpa, mais só em parte.
A primeira imagem que justifica este ilhamento com respeito à luita nacionalista de hoje em dia é o voto galego a umha organizaçom espanholista como é AP. Mais vaiamos por partes a este primeiro ponto:
1- AP na Galiza nom se apresenta como espanholista, se nom como organizaçom conservadora com tintes galeguistas, mui oportunistas em cada situaçom.
2- O que faz votar ao povo galego a AP (ou a outra organizaçom de direitas) é o seu talante conservador, a sua oposiçom de cara ao rechouchio marxista, urbano e 'revolucionário'. O PSOE de vez em quando despista-os, porque esquece o seu cariz marxista, do contrário Galiza nunca votaria ao PSOE, nem sequer nas municipais, onde logra resultados mais positivos (em referência aos núcleos urbanos mais importantes, pois em geral urbe = esquerdas, campo = direita conservadora. E no campo está a verdadeira, e agonizante, Galiza).
Se existi-se umha organizaçom galeguista com respaldo do capital burguês, 'autenticamente' galega como o é o PNV no País Basco ou CiU em Catalunha, nom duvidem que o triunfo seria para essa suposta organizaçom. Coalizom galega tentou isso, mais só está a começar: doze deputados no Parlamento autonômico e um no espanhol. Tampouco está mal, considerando que a burguesia galega (nom o esquecemos, Galiza é essencialmente rural, ainda que se ponham edificaçons de cimento agora no campo ou que os labregos sejam agora assalariados nas urbes) é inexistente ou muito influenciada pola única burguesia da Galiza: a nom galega (castelhana e muito pouca catalã). Só há que olhar a História da Galiza e ver como a revoluçom industrial foi importada para dominar a Galiza rural e marinheira.
Diz-se que desde o século XIII Galiza está numha funda crise (exceptuando certo auge económico no século XVII) e é certo: eliminada ou deportada a sua nobreza com a Reconquista, a elite do povo galego perdeu-se (ainda que nom de todo...) em comparaçom com os demais reinos peninsulares. A divisom de Portugal subtraiu-lhe a sua extensom cara o sul até o Douro, e hoje alguns galeguistas seguem a reclamar tam só o Bierço (província de Leom), Sabra (Samora) e umha zona ocidental do que agora é o principado de Astúrias.
Hoje, o pessimismo, a aguda crise de identidade, o choque campo-cidade que já matou faz tempo ao primeiro, sacando à Galiza do seu contexto cultural e natural, fam meia na típica personalidade calada e nortenha do povo galego. a História diz-nos que Galiza nom foi sempre assi.
Era necessária esta introduçom ao problema da Galiza para compreender onde nos estamos a mover. Ainda que nom como umha justificaçom polos resultados dumhas eleiçons que nom passaram à História (2) salvo pola sua indiferência cara o Sistema.
Sobre galeguismo e NS
Sendo nacional-socialista fum militante dum partido de esquerda nacionalista galego, o ERGA (hoje incluído no Bloco Nacionalista Galego) e ali, queiramo-lo ou nom, foi onde conheci o que eram os intelectuais, o galeguismo, a problemática política e intelectual da Galiza, a sua luita pola soberania
Com semelhante tarjeta de apresentaçom, a minha vida política ia ser breve em dita organizaçom, mais suficiente para que durante o resto da minha vida a pegada do nacionalismo galego deixa-se em mim umha perspectiva galeguista de todo o que fazia e pensava, cheguei pois á conclusom de que o galeguismo nom era só umha ideia política, é um modo de ser, de sentir, de pensar.
Conheci a partir de ai aos ideólogos que junto a Hitler me acompanhárom no deambular cara as posturas NS: Bouza Brey, Álvaro das Casas, Vilar Ponte, Antom Losada, a literatura de Curros Enríquez, Rosalía de Castro (a autêntica), Eduardo Pondal, Carvajal, Amado Carvalho, mesmo o galeguismo em língua castelhana como o de Valle-Inclán ou W. Fernández Flórez, o 'Ressurgimento' com Murguía e Beninho Vicetto à cabeça... mais sobre todos eles, três de primeira ordem para mim e para qualquer galeguista que se aprecie: Otero Pedrayo, A. R. Castelao e, o máximo, Vicente Risco.
Foi Vicente Risco quem me deu a conhecer a Spengler, a Tagore, a Hermann Hesse, a Keyserling, mesmo a ouvir o nome de Carl Jung, a conhecer o europeismo, a nom mestiçagem de raças, de etnias, falar de diferenças, de soberania nacional, de solidariedade, de Galiza como missom histórica, dos celtas,suevos, do espiritualismo. Considerei que ser galeguista é o que nos distingue como povo e etnia do resto de Europa. Sem o galeguismo Galiza nom tem raçom de ser.
Estava claro que a pegada do nacional-socialismo galego devia ser galeguista e nacionalista (tal e como nós entendemos este termo).
Nom topei o desejado eco nos movimentos N-S(3) sobre este feito (sempre dependendo dumha consciência imposta desde a meseta castelhana): todo o galeguismo (salvo A. Bóveda e o último Castelao) nom é marxista (4), nem muito menos, nalguns casos anti-marxista militante (5), em todo caso, é um problema que nom me importava muito (e creio que nom deve importar). Em ambientes falangistas, em progres "N-S" que se consideravam anti-Franco e essas cousas, o galeguismo era para eles (tam progressistas!) ainda algo de esquerdas. Os únicos que falamos galego nas reunions N-S n´A Corunha éramos nós os nacional-socialistas. Toda a nossa acçom na rua, cartas na prensa, etc... era feita no nosso idioma natural. Nom chegava-mos ao chauvinismo de esquerdas, mais às vezes superava-mo-lo em acçons sérias de cara ao estudo do problema galego.
Formamos a secçom na Galiza dum grupo N-S de cheiro espanholista. A central passava de nós, éramos os que sempre falava-mos da Europa das Étnias. Durante um certo período semelhou que o sonho dourado da apariçom do verdadeiro movimento N-S era mais ou menos atendida. Criou-se umha chefatura da zona atlântica que começou a sua acçom fazendo seus os problemas da naçom irmã europeia: Lusitánia. Um ano e meio de trabalhos e viagens baixo o lema 'polo galeguismo cara o universal' conseguiu levar adiante um boletim (“Atlântica”) e uns estreitos contactos cos camaradas de Lusitánia. O celtismo e as nossas relaçons com Irlanda fortaleceram-se, fixe-mos-nos sócios (a nível individual) da Celtic League (hoje já formada na Galiza) e levamos o debate da admissom da Galiza como país céltico de pleno direito no Congresso daCeltic League em Edimburgo em Outubro do 86. Podemos dizer que a Liga Céltica na Galiza formou-se ao calor do verdadeiro N-S, assi como a Associaçom Juvenil Wagneriana, de impronta galeguista. Para as esquerdas éramos umha moléstia evidente
Començárom pronto os problemas. Vários artigos galeguistas eram rejeitados pola central com a escusa de que denunciava-mos problemas com Madrid, ou porque eram temas localistas(mentres 'nom o eram' temas do Tirol ou Alemanha). Nom se nos compreendia, nom havia espírito N-S, etnicista no grupo. O galeguismo fazia-nos estabelecer contactos com associaçons galeguistas que tinham certo cheirinho a esquerdas, si! mais que eram realmente galeguistas. Isso era mal visto polos chamados "N-S" nacional-espanholistas.
O Partido N-S Galego (o da bandeira galega com swastica) foi um bluff, ao igual que o foi o PNS catalám (PN: como já denunciou Mundo N-S no seu número dedicado ao catalanismo, um bluffclássico dos nazi-fachas que gostam de mentir-se e mentir, de aparentar sem base, de ser máscaras de ocos imensos. Nota de Mundo NS). Estava claro que nom se entendia o da Europa das Étnias.
Guilherme das Airas
Neste ano do Centenário de Castelao rendo honra ao galeguismo que sabe superar os dogmas da “política” do sistema:
“Galiza conta com todos os requisitos e atributos histórico-naturais que caracterizam às verdadeiras nacionalidades; mais falta-lhe algo mui importante para ser perfeita: falta-lhe a sua independência política, o governo próprio”.
”Que Galiza nom é umha naçom por nom ser um Estado independente e soberano?. Se tal defeito nos fosse imputado por espanhóis nós sentiria-mo-nos incitados ao separatismo: mais em realidade só aspiramos a umha autonomia integral, dentro de umha livre federaçom de todos os povos peninsulares. Galiza nom necessita mais, pero nom pode conformar-se com menos”.
Castelao
Notas:
1- Foi deputado electo à República polo partido Galeguista nas Cortes Espanholas; cousa que hoje em dia nom tem, Galiza nom está representada em Madrid por um partido nacionalista. É dizer, em 1936 o galeguismo estava em auge e chegou a ter deputados do PG nas eleiçons de 1931 (Otero Pedrayo, Castelao, Vilar Ponte e Suárez Picalho)
2- O que si pode passar à História da Galiza é a sua despreocupaçom absoluta, o seu rejeitamento silencioso, cara o sistema democrático, aos seus chamamentos à 'colaboraçom na estabilizaçom do sistema-regime', é dezer, a sua abstençom em todos os comícios generais, autonômicos, municipais oureferendos, o povo galego pode ter a honra de ser o mais 'depreciativo' cara o sistema, de entre todos os povos do estado espanhol.
A consciência agraria segue impregnando Galiza (50% de mao de obra no campo). A abstençom chegou a quotas do 80-70% do censo eleitoral, e a sua meia é do 60-50%.
3- É sabido que os grupos NS, reconheçamo-lo, só se preocupam do que passa na sua central, nos seus congressos ou 'presidentes'. Os seus organogramas som sempre os mesmos, centralismo, para a desgraça da defesa da Europa das Etnias.
4- Sempre direi que se o franquismo nom se induzisse fronte ao nacionalismo galego, hoje o marxismo aqui seria espanholista. A confusom direita-fascismo, tam peculiar no estado espanhol, foi nefasta para o etnicismo e o verdadeiro NS.
5- Em 1935 o partido galeguista divide-se em Republicanos (Castelao ira-se por este lado) e Direita Galeguista (com Otero Pedrayo e V. Risco á cabeza). Era a fim do galeguismo histórico. Começava o galeguismo do futuro: abolir prejuízos ideológicos baseados em políticas baratas. A guerra civil empiorou-no todo.

Texto extraído do n. 34 (Julho de 1987) da revista Mundo NS. Traduzido do castelhano por Mil Laighin. A antigüidade de alguns dos dados expressados faz que nom atendam à realidade actual, mais as denuncias que se formulam nom perdérom, desgraçadamente, a sua vigência.